sexta-feira, 30 de maio de 2014

O Silêncio

O silêncio.
Cada vez mais prezo o silêncio e às vezes assusto-me com isso.
Cada vez mais gosto do meu silêncio, de estar comigo mesma, em introspecção ou simplesmente só...
Será que estou a isolar-me do mundo? Será que não gosto de estar com outras pessoas?
Nos últimos 2 anos e com maior incidência no último ano, confesso que não vejo muita gente conhecida durante o dia. No trabalho fiquei literalmente sozinha. A minha grande amiga S. foi para outras bandas. Vejo uma ou outra pessoa, mas não temos conversas.
As conversas que tenho são ao telefone e, aí sim, não me falta gente para falar:)

Chego a casa e adoro o meu silêncio depois de deitar as crianças.
A televisão na sala raramente está ligada.
Sento-me sempre em cima da minha mantinha e tento meditar 10 minutos. Sou várias vezes interrompida pelas crianças a chamar do quarto:)
Depois, pelo menos 2 a 3 vezes por semana, faço de seguida reiki. Às vezes com mais vontade e outras com menos. E confesso, que quando aquilo vai com vontade e sem preguiça, a sensação final é muito melhor.
Entre a meditação e o iniciar de Reiki, e antes de recitar os princípios para me manter focada, também rezo o Pai-nosso. E isto nada tem a ver com o ser católica ou não. Tem a ver com a minha própria interpretação da oração do Pai-Nosso. Além de me manter focada em cada uma das palavras, também tem subjacente os princípios do reiki. E para mim faz todo o sentido enquanto conexão com algo superior.

Esta prática, esta "solidão" (que não o é para mim, atenção!), fez-me de certa forma conhecer-me melhor. Permitiu-me reflectir sobre mim. "Ver-me". E foi neste último ano que consegui descobrir coisas novas sobre mim, que consegui clarear alguns aspectos que ainda não tinham nome, e que consegui perceber algumas das minhas qualidades e, de certa forma, ter menos medo dos meus defeitos e tentar entendê-los melhor para não me colocar em situações complicadas. Procuro muitas vezes tentar ir mesmo ao cerne da questão e perceber porque tenho às vezes tanto medo de certas coisas. Qual a origem de tanto medo?

Esta caminhada, este amadurecimento que tenho conseguido, tenho a certeza que será sempre uma mais-valia. Nas minhas escolhas, nas minhas decisões, nos meus comportamentos para com outros. Sinto-me bem diferente de há 2 anos atrás, de há 1 ano atrás. E quanto mais ando, mais sinto que tenho de andar e que não faz outro sentido não continuar a ter este meu silêncio.

Mas este meu silêncio também adora jantaradas, reuniões familiares, convívios e gargalhadas. E é aqui que isto fica tão interessante.
Este meu silêncio abriu portas em mim que não conhecia. Abriu uma porta chamada o de "dar" sem vergonha, sem medos. E é fantástica:)
Abriu portas ao conhecer gente diferente, experiências para lá do meu mundo.

Preciso de continuar a abrir muitas portas e a fechar outras tantas janelas:)
Continuo a precisar do meu silêncio.
Adoro estar com o barulho do ar, comigo e com a minha mente. E como vêm, já não sou uma. Já somos 3 em silêncio.

Imaginem se todos nós tivéssemos 10 minutos por dia em silêncio. A ouvir o ar e a mente bem caladinha!
E mais não digo:)

E, como por hoje já chega de tanto silêncio, vou almoçar com a minha grande amiga S. e a sua princesa. Há amigas que são ligações extra-terrestres (se é que me consegui explicar).
Esta é uma delas!

Um comentário:

  1. É normal às vezes uma pessoa querer silêncio, seja qual for o tipo de silêncio :) Sabe bem e quase que renova a vontade de ficar em não-tão-silêncio :)

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